segunda-feira, 10 de fevereiro de 2020

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UM OLHAR SOBRE O COMPORTAMENTO HUMANO
CADA UM DESCE DO BONDE COMO QUER
10/02/17





Assim dizia a minha avó.

Uma mulher muito sábia, que do alto dos seus 160 centímetros, fazia muito gigante se curvar de admiração ou tremer de vergonha, inclusive a mim!  Pessoa determinante na formação de meu caráter, sempre nos dizia coisas que não conseguíamos compreender de pronto, foi preciso que amadurecêssemos, pra que pudéssemos captar sua sabedoria, ainda que de uma forma parcial.  Era capaz até, de prever o futuro, tamanha era a sua visão - e imagino como deve ter se sentido – quando não ouvíamos o que ela nos falava e insistíamos nos erros – quando tudo era muito claro pra ela, mas nós não queríamos ouvi-la.

Sempre considerei muito sua opinião.  Se ela falasse: “filha leva agasalho” ... eu levava.  Se me dissesse: “vai chover” ... eu passava a mão no guarda-chuva.  Ah! Se eu a tivesse escutado, sempre que me aconselhava!?

A verdade é que - eu ‘desci do bonde’- do jeito que eu quis.  O que ficou subentendido, e o que ela não disse é: que depois de descer - não dá mais pra subir – se descer com muita pressa eu me machuco ... e outras possibilidades mais!

O que ela queria nos dizer é que, ‘descer do bonde’ é ‘fazer escolhas’.  E uma vez que as fazemos, nos tornamos responsáveis pelas consequências geradas de acordo com a forma como descemos!

Hoje eu entendo, o que ela já, há tanto tempo nos falava. Ela era um poço de água límpida, mas eu tinha um dedal pra captar o que ela me oferecia.  

arte | mila marquis



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