segunda-feira, 3 de fevereiro de 2020

1128 | PLINK-PLINK DO TELHADO | 03/02/20




Ensinei o caminho: desenhei, pus banda pra tocar, botei archote, neon, led.

Se eu não posso forçar, você também não deve me atrasar.  Tenho pressa de chegar - e ela é minha, não sua.  Já perdi muito tempo, num lugar que não me serve, que me angustia e aperta.  Tive que deixar muita coisa de fora, pra poder caber, tive que me deter nos passos e até na respiração.  Estou sentindo meus pés afundando na areia e o meu peito espremido.  Se quiser, vai, senão, fica, tô indo ... cansei.

Por amor, eu quis puxar, empurrar, emparelhar, mas o caminho é individual, é trilhado sozinho, caminhos e escolhas são pessoais.  Quanto ao meu, vou ter que segui-lo, porque nele só cabe um.  Mal dou conta do meu peso!

Faça como quiser, porque eu vou fazer o que é preciso, ir adiante, com todas as  letras e com todas as contrariedades da escolha, sob pena de me olhar e não me reconhecer, caso permaneça aqui.

Escuto o plink-plink no telhado, é a chuva caindo e formando pingos grossos, batendo barulhentos em algum ponto.  Eles ficarão lá, enquanto houver chuva, água pra escorrer, e eu tiver ouvidos pra ouvi-los.  Como não sei aonde pingam, eles vão pingar e vão emitir o som familiar ... e pingando eles me dizem: 'que estou em casa' e 'que logo mais vai parar'.


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