quinta-feira, 5 de setembro de 2019

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POEIRA E MUITO MAIS
05/09/19




Gosto de pensar que tive origem em alguma estrela ou em qualquer outro corpo que já morou no céu.

Fiz-me e fizeram-me, das pequenas partículas, quase microscópicas, que compõem a minha forma física.  Saber que dentro de mim, tenho os mesmos elementos de uma estrela,me causa um certo glamour.  Não importando por quanto tempo pairaram por aí, os mínimos fragmentos, até que se agregassem à forma física, pela qual me relaciono com todo o universo, pois eu e a estrela temos algo em comum.  Isso me faz sentir que estou em casa, que se houvesse um termo equivalente ao dna humano, com relação ao universo, poderíamos dizer que na verdade, somos farinha do mesmo céu ... ou poeira do mesmo saco - ou as duas coisas.

Às minúsculas partículas (que pairavam ao redor de mim ou do que eu viria a ser), veio atuar, a única força capaz de fazer, com que elas se juntassem, efetivamente, num resultado inteligente, com vida e propósito.

Eis-me aqui, tentando ouvir a música, como realmente ela é; senti-la, através de todos os meus canais receptores, procurando dançar a melhor dança.  Confesso,  que esses rodopios do universo, esses movimentos circulares, tão próprios de todos os astros, incluindo a mim, me causam uma certa vertigem e acabo me perdendo neles, como se eu fosse mais um dos ciscos, a dançarem pela escuridão.   Sob o risco de não conseguir executar o movimento correto, muitas vezes estando sobre um único pé, exercito disciplinada e exausta, a cada passo, até obter o estado da perfeição, que me é possível, como bailarina principiante que sou.



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