sexta-feira, 21 de agosto de 2015


Águas-vivas vão dominar o mundo?  (Foto: Getty Images)

O apocalipse das águas vivas está chegando?

Talvez você só tenha visto reportagens sobre como a urina humana pode diminuir o efeito das queimaduras das águas-vivas. Provavelmente não esteve no réveillon de 2011 para 2012 quando as bichinhas atacaram a Praia Grande, no estado de São Paulo e pessoas precisaram colocar a técnica em prática. Mas saiba que sua sorte de ter escapado até agora pode estar diminuir: um novo estudo comprova que o número desses animais aumenta cada vez mais.
Na pesquisa, a University of British Columbia comprovou que a quantidade de águas-vivas tem crescido na maioria das costas e mares dos países e que o culpado por isso é o ser humano. Por enquanto, as regiões mais afetadas são a do Mar Mediterrâneo e a do Mar Negro, mas esses animais já causaram muitos danos em outros lugares nos últimos anos. Em outubro do ano passado, um "enxame gelatinoso" causou um resfriamento em um dos maiores reatores nucleares do mundo, na Suécia; em 2013, outro aglomeramento causou um grande pânico nas praias mediterrâneas na Europa; além de ter causado um prejuízo de 350 milhões de dólares à pesca do Mar Negro, como pode ser encontrado no livro de Lisa-ann Gershwin.
A causa apontada é o aquecimento das águas. Quanto mais quente a água, menos oxigênio ela possui - e esse é o ambiente ideal para esse animal. Em entrevista ao CityLab, um dos criadores do estudo, Lucas Brotz, disse: “Animais de águas quentes vão ter mais e mais áreas para se reproduzir e expandir”. A tese prevê um aumento das águas-vivas no leste dos Estados Unidos neste ano já, com um provável número de incidentes muito maior.
Além do aquecimento global, outro fator que colaboram com esse processo é de origem humana: a pesca. Com o aumento da pesca, muitos desses locais tiveram o número de predadores das águas-vivas diminuído, causando a expansão dos seres gelatinosos.

E os problemas com esses animais não param por aí: há cientistas que acreditam que elas sãocapazes de acelerar as mudanças climáticas no nosso planeta. Em um artigo divulgado, o australiano Tim Flannery disse que as águas-vivas liberam nas fezes um carbono que as bactérias preferem usar para sua respiração, tornando essas bactérias fabricadoras de carbono, o que aceleraria o processo do aquecimento global: um grande ciclo vicioso a favor das águas-vivas.

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