SINOPSE
A cama na varanda discute de modo revolucionário a história sexual humana, da valorização da mulher na Antiguidade, ao surgimento do patriarcalismo e às novas normas sociais. Nesta edição revista e ampliada, a autora traz à tona uma das principais dúvidas que permeiam os relacionamentos atuais - estabilidade ou liberdade? A partir dessa questão, novas formas de amar estão começando a ser considerados, fazendo com que o amor romântico, cultivado há séculos pela sociedade, comece, aos poucos, a sair de cena.
..."Tenta-se controlar o
outro da mesma forma que a criança faz com a mãe, imaginando diminuir as
chances de abandono. É considerado
natural que o parceiro dê satisfações de todos os seus passos, até fazendo
relatórios minuciosos de suas atividades cotidianas para que esse código se
mantenha. Não é raro encontrarmos pessoas
que até se sentem lisonjeadas com qualquer manifestação de ciúme do outro e alimentam
essa atitude por contundi-la com prova de amor.
Nesses casos, o desejo de uma vida livre fica em segundo plano, sufocado
pelas inseguranças pessoais que privilegiam esse mecanismo de controle.
Por conta da crença de que quando as pessoas se amam
devem estar juntas o tempo todo, ocorrem muitas frustrações que se tentam
negar. Se o marido ou a mulher, por
exemplo, for tomar um chope com os colegas ao sair do trabalho, pode causar uma
grande dor no outro, que entende essa atitude como desinteresse e uma ameaça à estabilidade
da relação. Nenhum tipo de prazer
individual é admissível quando se espera ser a única fonte de interesse do
outro...
Se a dependência infantil que
tinha da mãe tiver sido bem elaborada, o indivíduo provavelmente será menos
ciumento. Caso contrário, será difícil
conseguir autonomia suficiente e poderá estar vulnerável ao reaparecimento da
insegurança infantil, exigindo exclusividade no amor.
A cama na varanda - Regina
Navarro Lins - Editora Rocco (página 164)
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