O corpo se deita mas a cabeça não repousa, não pára. A atividade cerebral é intensa, gastando uma energia preciosa.
Tem muitos assuntos pendentes, conversas inacabadas, ou nem começadas, sobre coisas importantes e que precisam ser ditas, que quero falar. Não propriamente falar, com palavras expressas, verbalizadas, eu tenho um recurso muito terapêutico, pra mim - escrever.
Há muita coisa nisso tudo, que não pode ser falada, eu sei, considero que são os girinos – que devem ficar guardados em algum lugar em separado, pra não contaminarem as outras ideias e que devem ser eliminados, antes que se tornem sapos, mas não antes de eu poder dissecá-los e catalogá-los.
Há assuntos sobre os quais eu posso falar, mas com cautela, escolhendo cada uma das palavras, pra que o efeito delas, não seja pior do que o meu silêncio. São esses assuntos, dos quais me ocupo agora.
Há sobretudo, aqueles em que posso me expressar sem medo, porque as pessoas adoram ouvir coisas que enalteçam ainda mais seus egos inflados, por estarem a todo instante, justificando e mantendo suas vidas superficiais e suas maneiras grosseiras. Desses não vou mesmo me ocupar.
Eu olho pra tudo o que quero dizer ... e tudo isso entalado, empilhado à minha frente, me encara passivamente, como muralha ameaçadora ... todas essas questões não sabem o quanto ocupam do meu pensamento, mas hoje pra mim, isso tanto faz, o que me importa é - dizer e saber dizer, o que pode ser dito!
Com o tempo aprendi a ser seletivo, com as pessoas, nas minhas palavras, no que eu quero escutar e ver, com o quê eu gasto o meu tempo útil ... e é isso que estou tentando fazer agora - selecionar ideias, aquelas que devem consumir a preciosa energia do meu pensamento.
É meio que, fazer uma 'Oração da Serenidade' nos meus pensamentos.
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