sábado, 20 de julho de 2019

55 __ UM OLHAR SOBRE O COMPORTAMENTO HUMANO
COMUNICAÇÃO PERVERSA E DESDOBRAMENTOS 

20/07/18







"Uma palavra contundente é algo que pode matar ou humilhar, 
sem que se sujem as mãos."
-Pierre Desproges-


Comunicação perversa é um assunto super atual, porque fazer piada está muito em moda, pode passar uma imagem de pessoa descolada, jovial e bem humorada, para quem o faz.  Nas redes sociais, no stand up, na vida real, sempre muito bem aceito.

Eu o considero violento - o oposto de um comportamento amoroso, na medida em que, ao dar vazão à sua própria agressividade, incita a do outro.

Conflitos diretos ou violência física, não são os únicos meios de se desestabilizar uma pessoa.  Normalmente, não causa nenhum remorso em quem emite, não faz nenhum barulho, mas fere sem deixar hematoma ou rastro.

Nesse tipo de comunicação, nem sempre se respeita os limites, ou quase sempre os desrespeita.  Não é um comportamento, que se expresse apenas verbalmente, a postura corporal, os sons emitidos (suspiros/resmungos), os olhares de arrogância ou o simples 'olhar 43', também passam a mensagem sem ruídos, num entendimento tácito e estabelecido.  

Geralmente, começa bem inofensivo.  Uma simples falta de respeito, como por exemplo tirar sarro dos gostos, expectativas, conquistas de alguém, em particular ou em público, acabando por tolher o comportamento de quem a ela se destina, e desmerecendo-a como pessoa. Cresce de forma gradual e constante.  É usual a atitude de 'deixar no vácuo' (ignorar a  outra pessoa), insinuar algum comentário desfavorável, que fica sub-entendido, pairando no ar, a respeito dela, apenas para rebaixa-la.

Tal comportamento visa sempre demonstrar poder e controle sobre suas 'vítimas' e situações.

Costuma-se dizer, que a piada só é boa, quando todos riem, e se alguém se sentiu desconfortável com ela, algo está errado.

Ironias, insinuações, desqualificações, chacotas são exemplos de comunicação perversa, que pode acontecer entre casais , amigos e nas relações de trabalho.  É uma 'tortura psicológica' exercida sobre outra pessoa.  Se utiliza, e muito, do comportamento passivo-agressivo,  o famoso 'sem querer, querendo'.

Uma relação pode estar totalmente em frangalhos, mas o 'perverso' nunca dará mostras disso, e nem do quanto isso o afeta, pode até andar pela casa cantarolando ou assoviando músicas inventadas e simplistas, só para provocar e mostrar, que para ele está tudo bem - porque ele não tem nenhuma participação na discórdia!

Esse comportamento não é danoso, apenas para o destinatário das agressões.  Essa postura - de ataques ao outro - definem a maneira como o 'ofensor' vai atuar, em todos os seus níveis de convivência.

Conforme diz Marie-France Irigoyen, as demais pessoas passam a vê-lo dessa forma -  como alguém que só se relaciona assim, através de agressões e sarcasmos, e passam a aceitar tal comportamento, como natural, sem atitude para contra-atacar.  Instala-se um círculo vicioso, um jogo, onde um alimenta a reação do outro - assim nasce a relação tóxica.

Isso lhe proporcionará, ambientes de clima desagradável, onde expuser sua atitude,  impossibilitando uma comunicação sincera e íntima.  

Essas pessoas têm uma frieza e firmeza, que chegam quase até, a convencerem aos outros sobre o que falam.  É o famoso 'conosco, ninguém podosco' ... eles têm sempre argumentos para defender sua opinião - têm o 'poder de convencimento'.  

São ferozes quanto a classificarem aos outros, com o que dizem, possuidores de uma língua extremamente ácida, mas não suportam um simples comentário sobre si mesmos, qualquer palavra que 'arranhe' de leve sua imagem, é imediatamente rechaçada e vingada.

Farejam a insegurança de suas 'vítimas' de longe, quais são as mais suscetíveis de serem manipuladas.  Mas fica a pergunta: quem é mais inseguro?  Aquele que é inseguro, ou aquele que precisa manipular para se sentir bem e no controle?

São pessoas de extremos: preto ou branco, certo ou errado, bem ou mal.  

Possuem crenças tão sacramentadas (que lhes foram úteis em algum momento da vida, para sobrevivência ou se sobrepujarem sobre os demais), que delas não se separam por nada, nem pelas perdas que têm, e eles as têm.

Nunca se 'fecham para balanço', ou seja, nunca levam para casa, para pensar sobre algo que ouviram.  Estão com seu 'balanço feito' a todo momento, em qualquer questão, sem admitir novos dados, sem se permitirem pensar de forma diferente.

Admitir 'estar errado' em algum quesito, é mais do que concordar com o engano, é admitir que esteve errado em algum momento, porque para ele, não há espaço para erro, um sinal de 'fraqueza' - isso faria desmoronar toda a sua estrutura, um ataque às suas 'certezas', colocando em cheque toda a sua identidade e individualidade.

É impossível explicar para uma pessoa assim que, existe um branco 'leitoso', ou um cinza 'nuvem', pois só enxergam preto ou branco.

O ser humano, ou a vida, nunca é uma coisa só.  Transitamos por uma linha contínua e longa, de inúmeras possibilidades, todas didáticas. 

Entre certo e errado, há uma grande lacuna, entre as cores também.  Bem e mal, são duas fatias de pão, com um recheio inimaginável, de tantas alternativas possíveis, quanto deliciosas.  

Estar certo, do bem, da cor, ou não, varia de acordo com o ponto de vista, sob o qual  for analisada a situação.

É preciso que tenhamos a capacidade de nos movimentar, de termos novos pontos de vista, e possíveis novas perspectivas.  Sairmos dos polos é primordial, para enxergarmos melhor e mais claramente o nosso caminho.

A unidade só é possível com a diversidade, aquela que cada um detém como única, com a qual contribui para o progresso.  É isso que incomoda o perverso, ele não a aceita - a diversidade - e sobre ela aplica seu escárnio - 'narciso acha feio o que não é espelho'.



Leia na íntegra:
https://amenteemaravilhosa.com.br/comunicacao-perversa/


Usei como base para esta postagem, alguns tópicos do artigo acima, analisei-os e registrei aqui, a minha opinião sobre o assunto.


Nenhum comentário:

Postar um comentário