Pulei da cama cedo, com mais determinação, do que disposição ou vontade, a bem da verdade. Como disse, acolhi a determinação, mesmo sem vontade, antes que viesse a procrastinação e eu na cama, me demorasse.
Fui abrindo as janelas e as cortinas, suspendendo o que podia, afastando os móveis, tirando tudo do caminho, com uma certa rebeldia. Arrumei a cama, fiz minha oração com fé, tomei café, enfim, fiz tudo como de rotina. Fui tirando a roupa suja, guardando o que estava fora do lugar.
Dia de faxina, de não deixar 'pedra sobre pedra', ou melhor 'grão sobre grão' (de poeira). Dia também, de retirar as ervas daninhas e de desmanchar um ninho indesejável da cabeça, antes que eu o esqueça, e por lá se torne dono, tal o meu abandono. Aliás, pra isso, todo dia é dia, toda hora é hora, pois nas cabeças, se junta mais sujeira do que nas casas.
Como disse, mesmo sem a vontade, fiz o que era preciso, enquanto limpava a sujeira que se vê, saia de mim com o suor, um pouquinho da sujeira daqui de dentro, que não se vê. Porque o restante, era grosso, precisava mesmo dos apetrechos da reflexão: de uma escova de cerdas firmes, um bom sabão, pra amolecer o que estava rígido, um removedor pra facilitar. A água do discernimento, seria preciso pra se retirar, o que realmente precisava e incomodava; depois, um pouquinho de um líquido perfumado, pra dar sensação de limpeza, de leveza e de trabalho terminado.
arte | brenda lima
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