226 __ SOB A PELE __ 11/07/16
Guardo mananciais
que não se deixam ver
com sons que só eu
escuto!
Não
são as veias e artérias que descrevo
são emoções
em mares abertos
e
as lagoas secretas
camufladas
no meio da mata
com
esse fim !
Afluentes
que desaguam
em
rios caudalosos
e
vagarosos descem as montanhas!
Os
exames de imagem
só
nos mostram a matéria
não
a essência de toda miséria
da
alma ... que nos aflige!
Vocês
veem o que veem
uma
possível blindagem!
A minha pele é o que veem
debaixo ... sei o
que há
posso trazê-la brilhante
só lhes mostro o lado de
fora
dentro dela ... muito
embora
não veem que a infecção
se agiganta
eu sinto a febre que
lhe acompanha!
Debaixo
dela escondo
se
quero esconder
se
não quero, eu mostrarei!
Como
des_vendo agora!
Como
só veem o que veem
é fácil ser
juiz e bater o martelo
Ou
o que é pior:
hipoteticamente
... fazer melhor!
Ser
juiz é sempre gostoso
de
ser réu ninguém gosta
quando
se muda de cadeira
e
na falibilidade humana
assumir-se
‘falível’!
Difícil é sair de
si
‘desvestir-se’
primeiro
para ‘vestir-se’ de mim
...
entre uma coisa e outra ficarão
nus!
Façam isso ... sem
cortar a minha pele
tenham a sutileza de
adentrar
sem tampouco feri-la ...
não causar mais danos
dos que já estão
perpetrados!
Se
sair de si já é duro
sentir
'ao outro' é bem mais
...
se é que poderão senti-lo ...
...
se é que se deixarão sentir ...
porque
vai doer!
E
poderão decifrar ... supor
conhecerão
da dor que me castiga
sentir e entender - pra depois compreender:
... a
sequência é essa!
Não
peço defesa - não preciso
apenas
espaço pra ser o que sou!
Não
peço desculpas - nunca pensei em pedir!
Exijo
aceitação de ser o que sou
'Respeito' pelo
que escrevo no meu livro da vida!
Façam
isso pra poderem exigi-lo um dia!
Igual
a mim? ... ninguém!
Igual
a vocês?
Não sou!
arte | agnes cecile
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