terça-feira, 23 de julho de 2019

1025 __ CAMINHO INCERTO E MOROSO __ 23/07/19




Todos nós, exceto os lunáticos, os doidos de pedra, os extremamente egoístas, procuramos pelo caminho do meio, tenhamos vinte ou noventa anos.  Entre as duas margens: felicidade e integridade, descemos pelo relevo da vida -  porque o rio não sobe montanhas - seguimos o curso que é possível seguir.  A gravidade nos leva ao encontro de obstáculos, ou nos faz serpentear ao redor deles, quando a transposição não é plausível.

Frequentemente esbarramos nas margens, ora procurando o nosso bem estar, ora tentando contemporizar, dentro da situação.  Cada vez que tocamos cada uma das margens - ela nos devolve ao meio, com a mesma intensidade do nosso esbarrão.  Isso pode nos parecer, que andamos por caminhos tortos e inadequados, mas o ser humano ainda é assim, erros são necessários para se chegar ao acerto.  Na maior parte do tempo, fatigados, sentimos que nossos pés não tocam o chão.

O rio é largo e caudaloso, seu leito esconde detritos e rochas que podem ferir.  Há trechos tranquilos e transparentes, mas são poucos, logo se revelam em grandes corredeiras, com quedas perigosas e que nos surpreendem, nos causando perda de fôlego momentâneo, até que estejamos de volta à superfície.

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