segunda-feira, 22 de julho de 2019

1023 __ À CHAVE E À TRAVA __ 22/07/19




Não podes ter o lugar que é teu, 
tampouco me deixas 
ocupar o espaço que é meu.

Preferes sondar as imediações, 
como boa sentinela e certificar-se, 
de que ninguém mais o ocupe, 
em vez de te apropriares dele.

Fechas o teu peito, 
à chave e à trava, 
para que eu não possa entrar.  
Me ofereces o que não preciso,  
me negas o que mais desejo 
e bem sabes o que quero!   
O que te dou, jogas ao chão, 
o que precisas não sei, 
porque quando me dizes, 
não fica claro ... e talvez
nem mesmo, o saibas!

Seguimos os dois, 
desempossados da posse legítima, 
com dois postos vagos, 
e dois caminhos solitários.


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