Eu tinha que sorver até o último gole.
Era preciso ter a certeza de sua coragem,
em ministrar-me, na hora extrema, não uma unção,
mas a derradeira gota de veneno.
Prefiro acreditar que não conhecesse o antídoto,
ou não o tivesse em mãos, porque se o tivesse,
e não me oferecesse ...
seria de uma crueldade,
muito além do que posso suportar.
Estórias tristes vendem melhor, mais que as felizes. Porque a felicidade é coisa que não deixa dúvidas. A felicidade em si, já conta a estória completa.
O desalento é algo com que não sabemos lidar. É dolorido, frusta e indigna.
É preciso que alguém o decodifique para nós, ou que alguém o ratifique, nos mostrando que é possível entende-lo e sobreviver a ele. Alguém que o descreva, o disseque. Que seja capaz de contar a estória triste e seguir em frente. Alguém que possa ser usado como exemplo. Ou simplesmente, uma pessoa que nos mostre, que o infortúnio não é de nossa exclusividade.
A frustração e a indignação, são coisas inacabadas que deixam um ranço, sentimentos que ainda precisam ser elaborados.
Quando ouvimos ou lemos, uma estória triste de alguém, que está tentando fazer isso: elaborar - quem sabe podemos aplicar à nossa estória particular, o mesmo processo, como uma espécie de solução para o que parece não ter resolução.
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