quinta-feira, 10 de julho de 2025

 1708




TEMPO DE REFLEXÃO

Deixei doer o quanto precisou.  Não a substituí por qualquer coisa efêmera, não amordacei sua boca, só olhei-a nos olhos e lhe prestei atenção.  Porque ela deve gritar, xingar e esbravejar; até maldizer se for o caso, até sussurrar, se assim o quiser.  Não importa de qual linguagem se sirva, para se fazer clara, devo acolhê-la e dar-me tempo de reflexão.. Pois ela é a entidade mais gabaritada, ela e só ela conhece as origens de si mesma.  Reivindica ser escutada, olhada, sentida, compreendida, antes que se dê por satisfeita.  Talvez ela nem acredite em milagres, mas o melhor dos unguentos é ver-se legitimada.


A dor?  Ainda dói e vai doer, mas dói diferente, porque dói entendida.



arte __ brendda lima


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