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OS TEUS OLHOS E OS MEUS
Ah, os teus olhos! Eu os vejo à minha frente, quando fecho os meus. São portais que me fazem transpor um limiar aquoso ou feito de vapor. Não sei dizer se acesso o que vai dentro de mim ou se desbravo o que está para além dos teus olhos. Penetro lugares, tempos e espaços, até então desconhecidos, mas que me são profundamente familiares, e onde desde sempre quis estar.
Não tenho medo de sumir ou de não conseguir voltar, temo apenas, um dia, perder esse acesso! E eu volto, lentamente, embora de olhos abertos, um pé aqui, outro lá, como se ainda enxergasse através dos teus. Sinto que não sou o mesmo, trago comigo, lembranças e sensações novas; sei que lá deixei algo de mim.
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