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BRAVURA E ÍMPETO
Criei
coragem, e foi nessa madrugada insone. Queimei as fotos, as cartas, os
bilhetes, ou quase isso; porque na verdade, foram imagens e mensagens trocadas,
que deletei, num ato de bravura e ímpeto. Várias vezes, tentei em vão e repensando, eu desistia.
Com a
desistência, eu tinha sempre um lugar para voltar, intacto e real (ou
quase)! Agora, não tenho mais as palavras para serem relidas, nem as
fotos, para reavivar a memória; muito menos a chance de ressentir as lembranças,
pela revisitação visual.
Quando
(e se) eu quiser voltar, não tenho mais para onde. Assim, reabrindo as portas imaginárias das várias salas de recordações, uma a
uma, me será preciso garimpar dentre os itens lá atulhados. Espero que dessa forma, perdido o acesso
rápido, seja mais fácil resistir, em dar uma espiadinha, um regresso, mesmo que
por pouco tempo; porque o esforço será muito maior.
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