terça-feira, 6 de fevereiro de 2024

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BRAVURA E ÍMPETO

Criei coragem, e foi nessa madrugada insone.  Queimei as fotos, as cartas, os bilhetes, ou quase isso; porque na verdade, foram imagens e mensagens trocadas, que deletei, num ato de bravura e ímpeto.  Várias vezes, tentei em vão e repensando, eu desistia. 

Com a desistência, eu tinha sempre um lugar para voltar, intacto e real (ou quase)!  Agora, não tenho mais as palavras para serem relidas, nem as fotos, para reavivar a memória; muito menos a chance de ressentir as lembranças, pela revisitação visual.

Quando (e se) eu quiser voltar, não tenho mais para onde.  Assim, reabrindo as portas imaginárias das várias salas de recordações, uma a uma, me será preciso garimpar dentre os itens lá atulhados.   Espero que dessa forma, perdido o acesso rápido, seja mais fácil resistir, em dar uma espiadinha, um regresso, mesmo que por pouco tempo; porque o esforço será muito maior.   Só poderei contar com a minha vaga lembrança, que restou da antiga e fresca memória de antes. 

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