quarta-feira, 9 de fevereiro de 2022

TEMPOS INCERTOS

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TEMPOS INCERTOS




Ai que saudades dos abraços macios!  

E hoje, nestes tempos sombrios ... lembro até, dos apertados e frios ... 

dos grandes e demorados ... outros envergonhados e rápidos.

Penso nos beijos sonoros e naquele reprimido, 

que apenas roçava a face ... os primeiros, 

perfeitos pássaros canoros e o outro, temendo o enlace, era mudo ...

Tinha os abraços que curavam e nos guardavam de tudo,

de alguns era difícil sair.  Eram regaços de paz, eram remédio eficaz 

e saíamos deles, muito melhores e maiores,

mais cheios e com um peso menor, o mundo até parecia coeso!

Deixavam a certeza: de enxergar a beleza da natureza!

Eu recordo do tempo, da mesa grande e rodeada de gente,

do café fumegante de tão quente, dos rostos descobertos ...

Volto a estes, tempos incertos, de mãos que não se abrem

e mal tocam outras mãos ... ao cumprimentar!

Abraçar e beijar?  Não é permitido!  Não se pode fazer!

Querer e precisar ... é vontade que não se consegue enganar!


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