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TEMPOS INCERTOS
Ai que saudades dos abraços macios!
E hoje, nestes tempos sombrios ... lembro até, dos apertados e frios ...
dos grandes e demorados ... outros envergonhados e rápidos.
Penso nos beijos sonoros e naquele reprimido,
que apenas roçava a face ... os primeiros,
perfeitos pássaros canoros e o outro, temendo o enlace, era mudo ...
Tinha os abraços que curavam e nos guardavam de tudo,
de alguns era difícil sair. Eram regaços de paz, eram remédio eficaz
e saíamos deles, muito melhores e maiores,
mais cheios e com um peso menor, o mundo até parecia coeso!
Deixavam a certeza: de enxergar a beleza da natureza!
Eu recordo do tempo, da mesa grande e rodeada de gente,
do café fumegante de tão quente, dos rostos descobertos ...
Volto a estes, tempos incertos, de mãos que não se abrem
e mal tocam outras mãos ... ao cumprimentar!
Abraçar e beijar? Não é permitido! Não se pode fazer!
Querer e precisar ... é vontade que não se consegue enganar!
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