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SE ASSIM NÃO FOR
09/01/21
“Buscas ouro nativo entre a ganga da vida. Que esperança infinita no ilusório trabalho… Para cada pepita, quanto cascalho."
Helena Kolody
É preciso conservar os olhos em perfeito estado, para poderem avistar - a seu tempo - a pepita que se esconde no meio do cascalho. Pois o cascalho deve fustigar apenas as mãos, no garimpo exaustivo ao sol causticante, com a maior parte do corpo mergulhado em águas escuras de sedimentos. Devemos deixá-lo ser levado pela correnteza e não, que se acumule em pilhas inúteis, às margens do rio da vida.
Os olhos físicos e também os do coração, devem permanecer puros e livres da sujeira, encontrada na bateia e nas próprias águas onde estamos imersos. Se assim não for, não será possível reconhecerem o brilho que deve reluzir ao mesmo sol que torra a pele, aos mesmos olhos que ardem com o suor do rosto, ao mesmo coração afligido com os anteriores insucessos.
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