Um vento forte, impulsionou-me à frente - pelas costas, fez que eu mudasse um pé e depois o outro, do ponto onde me encontrava no caminho, pela mesma força - ao que encarei como coisa natural da vida: andar em direção a um caminho, que se mostrava tão claro e óbvio. Apesar dos meus pés serem desajeitados e do peso do meu próprio corpo, a minha natureza não ofereceu resistência à mudança de caminho, enfrentei as minhas limitações muito mais do que físicas, e fui em frente, não tão veloz quanto eu gostaria, mas fui.
À claridade, não podemos ignorar, não há como escondê-la, nenhum pano grosso é eficiente nisso! Mesmo que porventura ele seja jogado, pelas beiradas escorrerá luz, que não há como não ser vista.
A trajetória se mostrou nítida, tinha algumas setas intermitentes, iluminando o caminho, como pequenos vetores indicando a direção a ser tomada. E para mim, aquilo tudo, foi natural que eu seguisse o fluxo. Não houve em nenhum momento, nenhum tipo de força coercitiva atuando sobre mim, apenas a minha urgente necessidade de entendimento, de mudança e movimento - nessa ordem.
É estranho descobrir e sentir, o quanto de distância, cabe dentro de uma certa proximidade, digamos que física! Como um mesmo e único fato, pode significar coisas diferentes, para duas consciências distintas. É meio que, ter dois universos paralelos, coexistindo na mesma medida de tempo e espaço, mas extremamente divergentes e até opostos, em sentido e significado.
O termo 'paralelos', aqui, eu uso como 'coisas concomitantes', que existem ao mesmo tempo, e não como duas linhas que andam lado a lado, porque sem dúvida nenhuma, nesse sentido - não correm paralelos. Cada um dos traçados, se dá a seu bel prazer, obedecendo a linhas de conduta, nem um pouco parecidas e de resultados discrepantes e até incompatíveis entre si.
O que eu lamento exatamente, não é, eu ter escolhido o movimento, não é ter ferido os meus pés, para vê-los mais fortalecidos mais tarde. Não lamento ter deixado aquele ponto, em que me sentia tão desconfortável e impotente, aliás não tenho saudade dele! O que eu poderia chamar de lamentação, é exatamente, o fato de que muitas vezes, me senti muito só, embora acompanhada. Inconformada, por algo ter sido tão determinante, a ponto de me fazer mudar ... e à outra consciência, não significar absolutamente nada.
Mas como, não podemos forçar ninguém a nada, porque também não admitiria que me forçassem; cada um faz o seu traçado, com as ferramentas que possui e seleciona suas escolhas, de acordo com a consciência alcançada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário