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É preciso mastigar muito bem as ideias, porque o processo de digestão mental é lento, e requer uma certa cautela. O entendimento não se dá de forma automática, é necessário gastar muito fosfato, ao se submeter as informações, a critérios de origem, espécie, tamanho, sequência, utilidade; para catalogá-las e guardá-las, em suas respectivas 'gavetas' ou 'caixas', ou descartá-las após análise, se for o caso.
Para tanto, regurgito as ideias, quantas vezes forem preciso, devolvo-as aos muitos estômagos do meu entendimento - e que é preciso que eu os tenha e me torne um ser ruminante.
Uma vez, conhecidas, reconhecidas e alocadas em seus devidos compartimentos, segundo o sentido que têm para mim; as ideias passam a fluir de maneira lógica e límpida, como o sangue oxigenado, dentro das artérias, a caminho dos seus destinos. As ideias, ao final, ordenadas segundo a minha ótica, são transportadas para o papel.
Depois de tudo isso, vejo surgir diante de mim, uma miniatura de mim mesma, criada por uma impressora 3 D, dando vida e forma, a minha fiel imagem, com feições e funcionalidades, sem se esquecer dos meus defeitos e desejos.
Não posso pensar em nada mais transparente! É preciso ter coragem férrea, para me expor a isso, cada vez que faço uma colocação, a respeito de qualquer assunto. Ofereço muito mais do que a minha cara, a um tapa!
22/04/19
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