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CATIVEIRO
Uma distância na cama, afasta os corpos. Um desrespeito furtivo, fere um sentimento. Dia após dia - esse sentimento - ferido por muitos desrespeitos subterrâneos e um pouco mais intencionais, já não tão furtivos, se cansa de resistir e morre. Dá-se a distância das almas. Uma longitude que só faz crescer, um desfalque praticado sobre antigas intenções e prometidos propósitos, um sequestro de sonhos.
Um corpo pode ser aprisionado. A matéria é passível de prisão, mas um coração, pode morar dentro desse corpo aprisionado e ainda assim ser livre. A mente pode vibrar em todas as células desse corpo cativo e ter asas, batendo onde quiser.
O mesmo se aplica ao sentimento, ele não se deixa prender, nem forçar, nem permanecer vivo dentro de algemas, por mais brilhantes que sejam, ou por mais sagradas.
08/04/18
arte | catrin welz-stain
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