segunda-feira, 8 de abril de 2019

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CATIVEIRO 

Uma distância na cama, afasta os corpos.  Um desrespeito furtivo, fere um sentimento.  Dia após dia - esse sentimento - ferido por muitos desrespeitos subterrâneos e um pouco mais intencionais, já não tão furtivos, se cansa de resistir e morre.  Dá-se a distância das almas.  Uma longitude que só faz crescer, um desfalque praticado sobre antigas intenções e prometidos propósitos, um sequestro de sonhos.

Um corpo pode ser aprisionado.  A matéria é passível de prisão, mas um coração, pode morar dentro desse corpo aprisionado e ainda assim ser livre.  A mente pode vibrar em todas as células desse corpo cativo e ter asas, batendo onde quiser.

O mesmo se aplica ao sentimento, ele não se deixa prender, nem forçar, nem permanecer vivo dentro de algemas, por mais brilhantes que sejam, ou por mais sagradas.

08/04/18


arte | catrin welz-stain



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