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DO SOL AO INFERNO
Perdi as contas, de quantas vezes eu
subi e desci. De quantas, derreti minhas asas, pela proximidade do sol;
ou queimei os meus pés, por descer os degraus que me levaram ao inferno.
Não que acredite em inferno físico,
na sua existência, como um instrumento de punição aos humanos, aos seus corpos,
por faltas ou excessos cometidos, por fazerem o que não deviam, enquanto não
faziam o que deveriam. Podemos
visitar o inferno, sem propriamente, descermos até ele, as nossas ações ou não
ações, podem traze-lo até nós.
Humanos são humanos, é pelo corpo que acessamos a inconsciência, para chegarmos à consciência. A carne é o veículo, que temos para experienciarmos
os resultados, se bons ou não, pelos acertos e erros. O corpo é o
meio e através dele, nos movemos em direção à perfeição do espírito.
A perfeição que nos cabe, não é a de’
asas e pés’, feitos de material resistente ao calor do fogo do sol ou do
inferno. Somos humanos, podemos ter asas, se quisermos, porém a altura do
nosso voo, deve obedecer a capacidade de funcionalidade e
resistência, do material de que são feitos asas e pés.
As tentações tão próprias de mim, de
todos nós, podem nos levar a querer sermos anjos ou demônios, eu me refiro ao
orgulho, ao egoísmo, à necessidade de controle, tão próprios da natureza
humana.
Nossa liberdade - o livre-arbítrio -
deve transitar entre as alturas que nos permitem a nossa ‘humanidade’. Só
poderemos ir, até onde for de nossa competência, o que estiver dentro da nossa
alçada, no perímetro traçado entre os limites estabelecidos por nós e
os limites que o outro nos impõe.
Mantenha-se sempre, dentro dessa
circunscrição e terá asas e pés preservados.
11/04/19
asas e pés / sol e inferno = termos alegóricos
humanidade = características da natureza humana
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