Eu me deixei ficar no mesmo lugar,
por tanto tempo, que a sujeira do passarinho tinha secado no chão!
Pode acontecer, do tempo passar sem que seja percebido por
nós. E o tempo não passa sozinho. Oportunidades passam com ele,
oferecidas a nós dentro de uma vitrine, num trem em velocidade suficiente para
embarcarmos nele. É um desfile diante dos nossos olhos, a que não
damos importância, ou achamos que logo mais à frente, ou mais tarde, as
oportunidades nos serão apresentadas novamente.
Um outro trem vai passar, mas será um novo trem, com
outras, ou idênticas vitrines, mas expondo oportunidades diferentes.
O tempo é curto para as coisas boas e comprido para as
coisas desagradáveis. O desagradável, nós aguentamos, esperando que o
melhor ainda esteja por vir, mas existem coisas desagradáveis, que sempre
provocarão a mesma sensação em nós.
Ao pêndulo que brinca e bate de um lado a outro no
mostrador do relógio, somos alheios, ao seu movimento, aos seus sons, como se
não nos dissessem respeito.
Passamos pela vida, considerando o relógio, como um objeto
na parede, que deve combinar com a decoração.
Ele marca a cadência crescente do tempo, como também marca
o ritmo do tempo que decresce para nós.
12/04/18
arte | coisas que eu sei
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