quarta-feira, 10 de abril de 2019


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ÚLTIMA INSTÂNCIA                                                                              

Eu boto cor na minha boca, nos cabelos, no rosto, enfeito as orelhas, como índia que sou, e tento acertar na vestimenta.

Para mim, a estampa, é a última instância da autoestima.  Quando ela se sente violada e demasiadamente dolorida, eu não consigo nem imaginar qual seria a sua a aparência temporária.  Decido que não vou deixar que esse efeito chegue à superfície.


Eu penso, que não é preciso andar por aí, desalinhada, descabelada e mal-cheirosa, para que a minha dor seja convincente, porque para mim ela é legítima.  Cada um conhece a sua, e nessa intimidade, sabemos de suas dimensões.


Existem os bons escutadores e os maus, os bons observadores e os maus, como também, existem os péssimos entendedores, aos quais mil palavras não seriam suficientes ao entendimento, muito menos um simples olhar.


Não entendemos com o intelecto, exclusivamente, entendemos com o coração - e só se ele quiser. E quando o coração não quer, nem desenhar resolve.



10/04/18


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