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DESCAMINHO
Sinto tristeza, mas não pela lembrança da alegria. Com certa nostalgia, lembro da esperança que enchia os dias, enquanto se acreditava que valia a pena lutar.
Uma pequena melancolia me invade, ao lembrar de como era bom tentar - a certeza de missão cumprida a cada etapa, fazendo o que julgava ser preciso, o meu dever, o que era possível e até quase o impossível, enquanto de acordo com minhas crenças, quase tudo era passível de mudança.
Engano desacreditado, fez perder o encanto que havia. Transformou o caminho percorrido em estrada que não leva a lugar nenhum - um descaminho. Não me aproximou do outro e ainda me afastou de mim mesma - um desvio. A impotência veio morar de par com o desencanto, onde antes residia a ilusão.
Entreguei minhas forças e depus as armas, desisti da mudança que não virá. Mudei os planos, ainda contabilizo os danos. Aceitei o que é, na marra, mas penso em toda a energia que dispendi em vão.
10/04/17
arte | agnes cecile
arte | agnes cecile
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