quarta-feira, 14 de agosto de 2019

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PARADOXO 
14/08/17

Nem imaginas como morreu o afeto?
Quando foi que se cansou?
Ou começou a se afastar?
Não sabes!?  Eu digo!

Quando o caminho plano e reto
virou íngreme, sinuoso, cansativo
e perdeu a graça.
Quiseste recolher a bola 
e parar de brincar!
As dificuldades eram degraus!

O afeto sentiu
em cada pedra pontiaguda
que podia ser retirada e foi mantida
... um ponta de sarcasmo. 
Em cada curva perigosa
em que me aventurei só
tive medo, continuei
... mas ele esmoreceu. 

Melindrou-se, na sua falta de valia
quando perguntado, tu o ignoraste. 

Experimentou a solidão
no abraço solicitado, que lhe foi negado.

Quando as diferenças separaram mais
do que as semelhanças puderam unir.

Ele lamentou
em cada lágrima derramada no silêncio
que ficou sem ser notada
... as lágrimas secam ...
mas os olhos que choraram
permanecem vermelhos.
Não me olhaste nos olhos!
Juntaram-se todas, uma após outra
... as lágrimas ...
e fizeram um rio salgado
que correu paralelo ao caminho.
Em paradoxo
o afeto - ele foi secando!

Caminhos planos e retos
são coisas infantis que são feitas
num caderno de desenho.
Quando se cresce um pouco mais
aprendemos que os verdadeiros caminhos
não são planos nem retos.
Não! Eles não o são!
Não haveria sentido algum
num caminho assim, tão pueril.
Pensamento de criança, achar que
eles são planos e retos ... porque
estes, nos levam apenas ao imaginário!

Todo caminho deve levar a algum lugar
mas eles ainda não estão feitos
...  e nós é que os fazemos ...
passo a passo
em parceria
dividindo provisões
alternando as vigílias
partilhando um cobertor!
Só assim poderemos
chegar ao topo!


arte | jamie heiden

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