quinta-feira, 8 de agosto de 2019

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FILHOS, SEMPRE
08/08/19

Plantar uma árvore, fazer um filho, escrever um livro.  Três coisas que se deve deixar à posteridade.
  
Eu já plantei uma, afofei a a terra e nela coloquei a semente germinada, hoje é uma bela árvore.
  
Fiz um filho, deixei que nas minhas entranhas, se aninhasse um pequena semente, a vi crescer e se desenvolver.  

Um livro, acho que escrevi, embora não publicado com uma capa dura e páginas numeradas.  Mas o tenho, estou certa, em várias folhas, que juntas dariam um bem grande; ou muitos, com poucas páginas.  São retalhos colecionados, cuidadosamente recortados da minha vida, relatos diversos, em ordem cronológica.  Muito embora, não esteja publicado, não o guardei só para mim, costumo dizer que são os meus fragmentos, nos quais me desdobrei, para compor algo inteiro e consistente, que ao final, em pequenos trechos, retratasse os momentos que julguei dignos de nota - a minha contribuição à posteridade.  

Quando se planta uma árvore, ou qualquer outra coisa; quando se escreve sobre si, das suas próprias germinações - é como se fizéssemos um filho, sinto-me responsável pela existência de cada um.
  
Cada plantinha, que vejo crescer pelas minhas mãos; cada pensamento meu, que vejo tomar forma no papel - são meus filhos também, é assim que os considero.  Alguns, os vejo crescer dentro, outros crescem fora, mas todos vêm através de mim - fui eu quem os trouxe à luz.



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