terça-feira, 6 de agosto de 2019

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O GENUÍNO E O ENGANOSO 
06/08/19

Mil vezes a ausência da presença, do que uma presença ausente.  Porque da ausência, não se tem nada a esperar, a não ser um vazio real e concreto.  Já na presença que se ausenta, há procura e desencontro.  Na tentativa de abraçar um reflexo, que não existe, enlaçamos uma imagem refratada nas gotículas de água do ar, incapaz de se sustentar por muito tempo.  Nossos braços acabam por enlaçar a nós mesmos,  a imagem não tem ouvidos, nem olhos, nem braços pra nos retribuir à procura. 

Uma presença, se faz de todos os sentidos, por um desejo sincero de atender aos requisitos básicos.  A presença tem como pensar: em como ela deveria ser;  a ausência nem sequer tem cérebro.

No caso da ausência de fato, só nos resta chorar pelo buraco.  Na presença falsa, o espaço se mostra preenchido, mas pode nos engolir, se acaso nos aventurarmos interagir com a imagem fictícia, pois da mesma forma que ela não abraça, não vê e não escuta, ela também não demonstra sentimento algum.  

Um buraco vazio, é passível de se ocupar.  Já um espaço, parcial e precariamente preenchido, pela falsa presença ... não!  Pois só ela mesma pode completar-se, se assim o quiser ... ou ausentar-se de vez.





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