1051
A VIGA MESTRA
29/08/19
É impossível andar meio passo, no lugar de alguém, que se recuse a mover-se, ainda que se esteja afundando.
Não se pode beber água, por quem está sedento; nem se pode sorver o antídoto, no lugar do indivíduo, que mesmo envenenado, não deseje sua cura.
Não se pode convencer ninguém, que irredutível em suas ideias, não queira ser convencido.
Como se pode dialogar com uma pessoa que acredita piamente, que seus defeitos sejam virtudes; embora suas pretensas virtudes, machuquem a todos e o afastem de tudo?
Como mostrar a ela, a nossa dor, quando não se dispõe a sair de si mesma, por um instante ou um milímetro que seja?
Não tem como, resgatar a identidade, de alguém que se encontra perdido de si mesmo.
A viga mestra sustenta e suporta toda a sede, a dor, a solidão e a morte certa. Em nome da resistência, perde os anéis e os dedos, porque qualquer movimento contrário às suas convicções, poderia significar um sinal de fraqueza e fazer ruir o edifício erguido com uma única pilastra, feita do mesmo material, tão inflexível quanto a viga.
Nenhum comentário:
Postar um comentário