711 __ SEMPRE DENTRO __ 11/06/18
Quando
criança, eu via as torres das igrejas e as pontas das chaminés das fábricas
espetarem o céu. Às vezes eu também achava, que as árvores mais altas,
podiam fura-lo.
Pensava que por lá
ficava a pipa perdida, os balões coloridos. As aves, eu sabia que subiam
e desciam em qualquer lugar, os aviões também, não podiam ficar muito tempo
voando.
Hoje, são as torres
dos prédios, que espetam os céus - arranha-céus, termo que nem se usa quase.
As poucas chaminés
que restaram da infância, compensam a sua quantidade diminuída, soltando a
fumaça contínua, que pode não ser vista, mas suja o azul., formando um borrão
de cor indefinida. Seus esgotos, despejam em secreto, tudo o que sobra
das suas máquinas, nas águas dos rios que chegam ao mar e ao oceano profundo.
Quanta inocência - a
minha, ao achar que as torres furavam o céu com suas cruzes, as chaminés
encostavam nas nuvens com suas bocas!
Hoje fazemos muito
mais, causamos tantos danos, que nem se sabe se um dia poderemos reverter os
danos causados ao planeta.
Fora ou dentro, é
sempre dentro!
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