sábado, 8 de junho de 2019

12 __  MUROS DE HERA __ 08/06/15




 Nada há que queira mais
Perder razão por causa tua
Romper amarras desse cais
Mostrar verdade crua e nua

Botar a quilha no rumo norte
A pontilhar minha nova sorte
Recebe a fúria cerrada com punhos
De murros que espantam os sonhos

Travessia sem estrelas, medonha
Uma ópera ágil, a acompanha
Fica qualquer cor que não seja
A dourada luz que se deseja

Criatura espreita na noite escura
De garganta longa e sinuosa
Fere-me com cauda espinhosa
Nem sei se morro ou é loucura!

Na escuridão deixar a tormenta
Junto a dor que o vento lamenta
Minhas perdas jogar ao mar
Atrás,  a tempestade a rasgar

Na ondulação se move a serra
Se todo mar se acaba em terra
Te encontrarei lá no planalto
Gritarei teu nome em contralto

Avisto teus muros de hera
Que não tem nenhuma fera
Fincar raízes em teu jardim
Ser um começo em vez de fim.

31/01/09           

arte | catrin welz-stein           

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