Meus pés pisam no hoje, mas a cabeça vai à frente de um corpo sem coração, porque ele ficou preso lá trás. Pensamento e sentimento, andam em velocidades diferentes, se encontram presos por alguns fios ao resto do corpo, são duas partes de mim mesma, que precisam andar juntas com meus pés ... e enquanto não acontecer, estarei partida, incoerente, desalinhada, desencaixada. Submeto-me ao exercício, de puxar a cabeça para acima do tronco e de trazer o coração para onde é seu lugar. Não é bem a força física que pode fazê-lo, e sim uma outra, bem mais custosa.
Vou deixar a porta aberta, a poesia escrita, o café feito, a mesa posta e a cama perfumada. Fica alguma poeira pelo chão e sobre os móveis, nada em que se tropece, porque o que não mata, fortalece. Fiz o meu melhor, seja reconhecida ou não - a dedicação. Foi-se o tempo em que busquei perfeição.
Gastei um bom tempo me arrumando, porque o corpo é a minha primeira casa. Vou me sentar bem confortável, na sala de estar, curtindo a tranquilidade de uma consciência tranquila.
arte | asili
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