A aragem da manhã resfriou minha cabeça. Eu a enfiei pela janela entreaberta, fui ver a quantas andava o clima e pude sentir que a chuva tão esperada, havia baixado alguns graus na temperatura, o suficiente para fazer o corpo querer permanecer sob as cobertas.
Mas a cabeça ordena: levanta e segue a vida. Ela não permitiu ao corpo ficar. "A necessidade faz o sapo pular", dizia a minha avó ... mas eu nem sei porque pensei nisso naquela hora!
Fiquei ali um tempo, me comunicando com um pássaro que eu não conseguia ver. Ele piava e eu respondia entre os dentes, tentando imitá-lo. E ficamos, ele piando e eu repetindo, na mesma quantidade de sons - e acho que nos comunicamos, até que ele bateu asas e saiu do telhado vizinho.
Só sei que eu estava fora da cama, acho que foi por necessidade mesmo. Os pensamentos eram tantos e tão freqüentes, que espantou de vez a minha vontade de ficar.
Texto ainda não catalogado
arte | asili
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