Ele era um saco sem fundo
e mesmo comendo o mundo
tinha sempre, intensa fome
sofria de uma dor sem nome.
Amava de um jeito equivocado
como tinha sido ensinado
ou como ele tinha aprendido
por entender, subentendido.
Queria quem estava longe
espremia quem estava perto
e num hábito sem monge
tentava fazer um enxerto.
Era exigência incoerente
numa tortura constante
em quantidade faltante
... nada era o bastante.
Cuspia a palavra cortante
usava atitude impactante.
Procurava companhia
completar-se, ele queria
mas a ninguém acolhia
a todos, ele tolhia
com nada se preenchia
e o buraco não se enchia.
Não dava de si
pois um senhor-de-si
nada deve a ninguém.
Estão sempre aquém!
Do bolso, ele até dava
mas uma trama, enredava
para mostrar e ficar claro
que tal preço era caro.
E ele vivia no deserto
de solidão coberto
ou num mar aberto
de sal recoberto!
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