Um grito rouco se embrenha pelo meu peito. Sobe e desce a garganta, para voltar a se esconder, contido, sem sequer gemer um ai - nem sai, nem se cala. Volta ao mesmo lugar, que teve origem.
Cada vez que sobe até a boca e não sai, volta mais doído e frustrado. Qual bicho, que quer, precisa sair da caverna, comer, cansado da escuridão, do frio e almeja por um raio de sol.
Cansado de friccionar pedras para fazer fogo, de deitar-se encolhido, sobre a palha seca. Ele precisa de brisa, de relva, de claridade. Ele quer encontrar uma fonte de água fresca, para matar sua sede, e depois disso, poder apreciar seu reflexo, na transparência abundante e tranquila de suas águas.
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