segunda-feira, 6 de janeiro de 2020
1107 | EGO SEM ECO | 06/01/20
Do que foste feito? Em que momento ou pedaço, te esqueceste do seio materno ou dispensaste o colo paterno, para só então, pensar em ti mesmo, como um ser de chocadeira, híbrido e desgarrado, livre e desobrigado de espalhar amor, aos que cruzam teu caminho. Com um coração tão infértil, quanto teu corpo deveria ser!
Talvez, nem tu mesmo, o saibas! Mas deverias querer saber, em que intervalo ou quebrada, deixaste a tua humanidade, para lá, poder voltar, com pressa e resgatá-la. Porque andas por aí, a relacionar-te com as pessoas que esperam de ti: o filho, irmão, amigo, parceiro, companheiro, pai ... e o que tens a oferecer, senão queixas e solicitações, muitas descabidas!
Não há como esconder tuas feridas, por mais que queiras atestar independência e força, elas sangram e te obrigam a ferir.
És criança, ainda, recém saída do ventre, tão egoísta quanto um feto, nos primeiros tempos, que mesmo fora dele, pensa que ainda está lá, e que permanece uma extensão do ser que o gerou. Julgando-te credor do mundo todo - e ele um eterno devedor - cobrando dele, com juros e correções, a parte devida, sem querer admitir, que só estendes uma mão, aquela que recebe.
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