1115 | COISA OU OUTRA | 17/01/20
Sou rio
descendo serra, em silêncio.
No meio, fertilizo os campos
repletos de pirilampos.
Distante da nascente
desmancho casa de gente.
Tem noite, que é dia ... e dia que é noite, sem perder poesia.
Voar, é sonho eterno
mas o sol e o inferno
derretem asas de cera.
Posso ser macia como pera
também ser sopro que cura
e beija a florzinha mais pura.
Ainda, ventania que vergasta
e até as raízes arrasta.
Ser árido como deserto
onde se vê a morte de perto.
Com sorte, caindo as águas
sobre as sementes contíguas
fazem da noite sombria
um dia explodir em magia.
Da areia brotam as flores, seus caules imitam vetores
aos céus entregam odores, as cores se tornam sabores.
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