354 | O OURO E OS LOUROS | 24/01/17
Emboscadas, situações difíceis e vexatórias, precipícios, becos sem saída, quartos escuros, monstros assustadores ... uma sucessão de provas e testes, punições.
Eu sempre achei que haveriam dois lugares, dois espaços, um pra cada um de nós. Essa, sempre foi a minha luta ... duas cadeiras, dois caminhos no início, duas verdades parciais que somadas, se completariam. Sempre acreditei no consenso. Não foi o que aconteceu de fato. A sua ‘visão’ venceu, porque qualquer outro parecer, foi relegado a segundo plano – e segundo plano não existe. Ao seu lado não existe espaço, outras cabeças não contam.
Você achou que eu disputava a primeira cadeira, o tempo todo, era você me matar ou eu lhe matar. Pois eu matei, matei em mim – você - junto com a chance de governarmos juntos – seja lá o que fosse, vivermos lado a lado, partilhando um caminho, decidido por regras justas, pesos e medidas iguais aos dois.
Tentei entender a sua filosofia, quase me perdi, enlouquecida dentro dela, de sua ótica maluca. Você segue sentado na primeira e única cadeia – porque, de lá ninguém lhe tira. Mas está só, todos os demais, estão bem abaixo de você ... mas acredito que gosta de apreciar essa paisagem!
A minha resistência você mastigou, enquanto queimava o meu estandarte!
O ouro e os louros são seus! Ok, você é o dono do ‘território’, suas posses tomaram o seu coração, não cabe mais nada – acho que nem você mesmo, entra lá, de vez em quando! Você é um ser híbrido, e ainda bem que é!
Você fez as leis, é a pessoa a quem tudo é permitido fazer; desde manter a sua espontaneidade de caráter, até a satisfação de suas vontades. Um poder, a você concedido, por você mesmo, em detrimento das necessidades alheias. Um ser com particularidades mesquinhas - humilhantes e desqualificadoras em relação aos outros.
Um ideal próprio dos tiranos! Como posso confrontá-lo, contradizê-lo? Se é nisso em que acredita? Não, não posso! Eu destruiria a sua realidade! Um dia ela será destruída, mas não por mim!
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