875 | AO MAR | 22/01/19
Meus pés me trouxeram à beira da praia, mas foi meu espírito quem quis e escolheu estar aqui.
Eu permaneço parada, enquanto as ondas vêm lamber os meus pés, os grãos maiores, eu os sinto brincarem por entre meus dedos, mesmo estando de olhos fechados - a escutar o marulho das águas e a cada uma das bolhas que estoura.
Ofereço ao mar a minha gratidão, de levar tudo o que é de ruim pra longe, dispersando as moléculas de maldade, no fundo do oceano de sal. Ao mar, que a tudo sara e a tudo cicatriza!
Sinto-me refeita, parece-me que as águas que me tocam os pés e pernas, abençoam-me, revitalizam-me, devolvendo à minha constituição, os elementos necessários ao meu refazimento, como pertencente à criação - o ser que ora volto a ser.
Na paisagem toda, há lugar pra mim, como uma parte perdida ou extraviada, agora aceita e reintegrada, às mesmas cores e à mesma formação física.
A brisa leve vem beijar o meu rosto, quase uma coceira de tão suave que é. Na verdade, o que sinto é louvor à divindade da natureza, que me devolve bem estar e alegria.
Coloco minhas mãos em prece e lhe faço uma reverência, curvando-me à sua majestade.
Ao mar que cura, ao mar que transforma, ao mar que inspira!
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