quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

1124 | ÚNICA MESTRA | 29/01/20





A gente aprende a calar, quando ninguém quer escutar.
Aprende a não ouvir, quando a palavra dói.
A se afastar, quando a presença machuca.
A gente aprende a se dar atenção, ao ser esquecido.
A se ver, depois de muito se esconder.
A se amar, quando a vida a isso se nega.
A se dar, aquilo que cansou de pedir.
A crescer, depois de muito perder.
A vergar, em vez de quebrar.
A viver, depois de muito errar.

Porque a gente, só aprende a ser gente, convivendo com gente.
Aprende a aceitar, só depois de muito gritar e a ter paciência consigo.
Por fim, consegue ver o outro, mas só depois de se aceitar.  Pois a vida nos ensina a lição da rendição, mas só depois de tudo tentarmos, pra ser do nosso jeito.  Aprendo que peço o que desejo, recebo o que preciso, pra que eu conquiste o que quero.

Então aprende: a escutar os mais velhos, que é bom carregar guarda-chuva, um agasalho, ter uma reserva; que quem gosta da gente ... é a gente mesmo; que o mesmo elemento, que oxigena a vida, também oxida minhas células.

Aprende não gastar palavras à toa. A desenvolver uma escuta seletiva, perante o discurso estridente e que diálogo é caminho de mão dupla.  A escutar o que o corpo nos diz. Porque ele diz, e se nos diz coisas doídas, algo anda errado com nossos ouvidos ou com nossas ações. Se ele nos faz sentir na carne algum desconforto, há algo errado com a boca, nos dois sentidos, comer e falar.  Os olhos vão ver de acordo com o que manda o coração ... e o coração precisa aprender a mandar.

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