domingo, 19 de janeiro de 2020



1116 | COMO ELE REALMENTE É | 19/01/20

Ah, a impotência ... ela não nos deixa sentir outra sensação, que não ela mesma - num sequestro dos nervos, em desespero e inquietação.  É arrebatadora emoção, somada à inevitável e insuportável sensação de fracasso.

É quase certo, que em algum momento, se dê a aceitação da coisa, do fato em si, mas isso - vem bem depois da revolta e do questionamento.  O espaço entre a impotência e a aceitação - é permeado de muito sofrimento e desgaste, que nos deixa em frangalhos, por termos queimado lenha boa em causa perdida. 

O difícil é saber, quando essa causa se tornou realmente perdida, o limiar que divide, o que é possível e passível de se fazer e o que é lícito e conveniente de ser feito ... e o que não é.  Dentro na nossa cabeça, esse limite parece ser mutável, não se fixa durante muito tempo no mesmo ponto, parece ser feito de inconsistências.  

Quando já se fez de tudo o que era possível, e mais um pouco ou muito, do que era impossível fazer, sentimos um esvaziamento das nossas forças. Transitamos entre o arrependimento e ainda uma certa culpa, de não atingir o propósito, determinado por nós, ao qual nos entregamos de corpo e alma.

Muito antes de nos faltar coragem pra fazer o que dá, ou serenidade pra aceitar o que não dá, nos falta a sabedoria em avaliar e perceber - a pertinência de cada escolha - dentro da nossa visão, das nossas rédeas de controle, do nosso medo, do tamanho do nosso ego.

Não é tão simples assim, todo mundo sabe a definição de coragem, todo mundo conhece a palavra serenidade, todos sabem o significado da palavra sabedoria, mas exercitá-los como se deve, no momento certo, dentro do nosso entendimento tacanho, de acordo com a necessidade de assertividade - é outra estória.

Perde-se muito tempo, energia e esperança, antes que se possa enxergar o fato, como ele realmente é.






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