segunda-feira, 27 de janeiro de 2020

94 | ESSÊNCIA | 27/01/16





Certas vezes fujo das rimas  de propósito! ... como "ele" ... sabe ?  ...também  foge - isso é da cruz - eu fujo - mas não daquela  feita de madeira.  Elas não me servem - por serem repulsivamente piegas!

Em outras, me parecem o instrumento perfeito para expressar minha "pieguice"!
Só usando mesmo desse artifício, poderão entender o que sinto!

Às vezes as rimas me incomodam no seu lamento de um único som, repetido tantas vezes, que podem ferir os ouvidos de quem ouve.  Mas espere !  O leitor não ouve, só sente o que eu escrevo!   E isso - se eu tiver essa sorte - de me fazer entender!

Rasgar o caule, a folha, ou a flor - só pra sentir a essência escapando de sua matéria!   Se eu usar as palavras certas ... farei com que sejam capazes de cheira-lá sem os narizes!  Se eu usar a entonação correta, serei a pele ,órgãos e os outros sentidos do leitor!

E ninguém poderá afirmar se o que "falo"é verdadeiro ou falso - sobre o que sinto; ou se senti o que "falei"!  Deixo a vocês sempre essa dúvida!  Esse é um dos meus prazeres mais mórbidos!  Se eu "digo" a verdade ou não, nunca saberão.  Certeza mesmo?  Afirmo que não terão!

Esse trunfo é meu - é minha carta na manga, que não pretendo descartar! Caso eu decida mostrá-la [em parte], será quando  e  se  me interessar!

Nunca lhes entregarei uma certeza de 100%!
Às vezes eu também não a tenho!
Nem sempre me é claro!

As idéias conquistam vida própria, é muito comum que elas mandem  em mim ...  escravizando-me  à sua vontade!
Elas não se deixam possuir!
Se emancipam , tão logo eu as deite no papel (como as amantes se deitam nas camas).  Elas são minhas enquanto presas à minha cabeça, inquietando  a minha mente, depois que saem ...eu é que pertenço a elas!




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