Certas vezes
fujo das rimas de propósito! ... como
"ele" ... sabe ? ...também foge - isso é da
cruz - eu fujo - mas não daquela feita de madeira. Elas não me
servem - por serem repulsivamente piegas!
Em outras, me
parecem o instrumento perfeito para expressar minha "pieguice"!
Só usando
mesmo desse artifício, poderão entender o que sinto!
Às vezes as
rimas me incomodam no seu lamento de um único som, repetido tantas vezes, que
podem ferir os ouvidos de quem ouve. Mas espere ! O leitor não
ouve, só sente o que eu escrevo! E isso - se eu tiver essa sorte -
de me fazer entender!
Rasgar o
caule, a folha, ou a flor - só pra sentir a essência escapando de sua
matéria! Se eu usar as palavras certas ... farei com que sejam
capazes de cheira-lá sem os narizes! Se eu usar a entonação correta,
serei a pele ,órgãos e os outros sentidos do leitor!
E ninguém
poderá afirmar se o que "falo"é verdadeiro ou falso - sobre o que
sinto; ou se senti o que "falei"! Deixo a vocês sempre essa
dúvida! Esse é um dos meus prazeres mais mórbidos! Se eu
"digo" a verdade ou não, nunca saberão. Certeza
mesmo? Afirmo que não terão!
Esse trunfo é
meu - é minha carta na manga, que não pretendo descartar! Caso eu decida
mostrá-la [em parte], será quando e se me interessar!
Nunca lhes
entregarei uma certeza de 100%!
Às vezes eu
também não a tenho!
Nem sempre me
é claro!
As idéias
conquistam vida própria, é muito comum que elas mandem em mim ...
escravizando-me à sua vontade!
Elas não se
deixam possuir!
Se emancipam
, tão logo eu as deite no papel (como as amantes se deitam nas
camas). Elas são minhas enquanto presas à minha cabeça, inquietando
a minha mente, depois que saem ...eu é que pertenço a elas!
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