segunda-feira, 4 de novembro de 2019
816 | DE NENHUM LUGAR | 04/11/18
Vem não sei de onde - dos confins? Sabe-se lá o que traz na mala, além do seu martelo - porque tudo é prego. Se senta à mesa e espera, bebe um ou dois goles, faz uma careta, come tudo o que está no prato - a fome como melhor tempero? Não, realmente esteve muito bom, mas nenhum elogio, sempre faltou alguma coisa! Põe os pés no sofá, se espalha na cama - acha que é sua.
Fica algum tempo, comendo, bebendo, dormindo. Rapela do bom e do melhor, modifica a geografia e todas outras disposições, a seu bel prazer, a serviço de suas necessidades.
Saiu pelos fundos, levando sua mala, seu umbigo, mas não sem antes, pisotear a horta, colher a rosa e estragar a roseira. Não a levou consigo, porque não aprecia flores, a sua beleza o incomodou. Foi-se, descontente, maldizente da sorte, dizendo que faltou de tudo, que foi maltratado, apontando o seu traseiro para a porta.
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