sexta-feira, 1 de novembro de 2019



296 | TELHADO DE VIDRO | 02/11/16

Oh telhado de vidro!   Que bonito és!
 Tu me permites ver o céu e tudo o mais
... também te colocas em risco, à mercê
de uma pequena pedra - vinda ao acaso
 destruir-te em muitos destroços
fazendo de mim tua primeira vítima!

Telhado de vidro, ou como queiram:
ponto nevrálgico, olho do coco
ou calcanhar de Aquiles!

É verdade que todos têm pequenas falhas
pontos fracos, onde somos penetráveis
por um desconforto vindo de fora
somando-se ao que já existe dentro
 e fica insuportável!

Dolorosamente, os estilhaços
são vilões, mas também curadores
eles nos vêm revelar  (e é necessário que o faça)
... que a superfície de nosso belo telhado
não era tão plana assim e o brilho refletido ... falso!

Debaixo dele existem 'coisas'
que não se encaixam - numa desarrumação
que não damos conta de arrumar!

Depois de partido
deixa tudo à mostra: 'as coisas'!
Ao retirarmos, caco por caco
vamos encontrá-las todas  ('as coisas')
...  e é forçoso darmos a elas
uma nova disposição!


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