sábado, 5 de dezembro de 2015


O ego patológico
O ego não é capaz de distinguir uma situação da sua interpretação e da reação que provoca. Podemos dizer: «Que dia horrível», sem nos apercebermos de que o frio, o vento, a chuva ou a condição a que reagimos não são horríveis. São o que são. O que é horrível é a nossa reação, a nossa resistência interior a eles e as emoções criadas por essa resistência. Citando Shakespeare: «Não existe o bom ou o mau; é o pensamento que os faz assim.» Além disso, o sofrimento ou a negatividade são geralmente mal interpretados pelo ego como fontes de prazer, pois, em certa medida, o ego fortalece-se através deles.

Por exemplo, a ira ou a mágoa fortalecem grandemente o ego, aumentando a sensação de separação, realçando a diferença relativamente aos outros e criando uma posição mental de «justiça» aparentemente irrefutável. Se fôssemos capazes de observar as alterações fisiológicas que têm origem no nosso corpo quando somos dominados por estes estados negativos, o modo como afetam adversamente o funcionamento do nosso sistema cardíaco, digestivo e imunitário, além de outras inúmeras funções corporais, tornar-se-ia extremamente claro que estes estados são de facto patológicos, são formas de sofrimento e não de prazer.
Eckhart Tolle (Um Novo Mundo, pág. 95) 

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