[Textos - 58 - "Ouro e preto" - 07/01/08]
Panos bicolores
enfeitavam os arcos das paredes, mesas, janelas; garantindo à noite, um aspecto nostálgico,
de ouro e preto...
Homens de blusas
listradas com seus chapéus de gondoleiros, em sua gôndolas implícitas,
atravessavam silenciosos, os canais de água salgada e escura. Sob as luzes difusas das lanternas, faziam projetar gigantes, pelas suas próprias
sombras que se arrastavam acorrentados pela
escuridão
Na festa em terra, cada um com a sua máscara atrelada
ao rosto, fez como pode. Uns pelos
rituais de passagem de amor, dinheiro, paz; outros com flashes, poses e
cristais tilintando. Todos emprestavam
um brilho falso à noite. Pode ter sido a
chuva repentina da última hora, que não nos deixou encontrar a alegria que as
máscaras nos prometeram!
Nem a claridade dos
fogos foi suficiente para fazer o brilho do ouro predominar sobre o preto!
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