sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

VOCÊ VIVE NA SOLIDÃO?
Por que a vida nos coloca em situações de solidão, a ponto de nos sentirmos sozinhos e amargurados com tudo?
Em primeiro lugar, ninguém nunca está sozinho. Por mais isolada que uma pessoa esteja, no alto das montanhas do himalaia, ela sempre conta com a presença de seres espirituais zelando por ela e auxiliando sua missão na Terra.

Quando expandimos nossa consciência, passamos a ter um contato sutil com outros seres, sejam humanos, animais, vegetais, minerais, seres espirituais, etc, de modo que temos a companhia de todo o cosmos junto a nós. Somente sente-se sozinho quem se isolou em consciência e passou a viver dentro dos limites do seu ego, vendo apenas as suas necessidades, e não o coletivo, ou a vida universal a que pertencemos.
A solidão é muito mais um sentimento do que uma realidade: uma pessoa pode sentir-se só dentro de uma multidão, e outra pode sentir-se em comunhão com todos isolada no local mais inóspito que se possa imaginar.
Quem se abre para a vida não se sente só; quem se fecha dentro de si mesmo, e vive trancado em suas próprias demandas, desejos, crenças e expectativas, esse sim vive solitário.
Ninguém está verdadeiramente sozinho, as pessoas é que se sentem sozinhas por terem construído barreiras que teriam como objetivo as proteger da vida. Essas muralhas as impedem de ver a vida, de comungar com os seres e as coisas, a viver e experimentar tudo, a entrar em sintonia com os múltiplos níveis de realidade.
Por analogia, um bilionário pode sentir-se só dentro de sua mansão, mas sua solidão nada mais é do que o isolamento que ele mesmo provocou em decorrência do medo de sair e enfrentar o mundo como ele é. Ele optou em viver a ilusão do seu conforto enquanto milhões de pessoas passam fome, dormem no chão e sofrem. Ele procura ficar alheio a tudo e viver numa ilusão que ele mesmo criou. Quem vive alheio ao seu próximo inevitavelmente cai na solidão.
O medo de perder a sua riqueza o fez proteger-se dentro de seus bens, mas como é de conhecimento geral, a riqueza não protege ninguém, ao contrário, muitas vezes cria mais problemas, e um deles, e o mais frequente, é a solidão. Obviamente esse exemplo não serve apenas para quem se isola nas riquezas materiais, mas também para aqueles que se isolam usando como escudo qualquer desejo humano, qualquer máscara, qualquer crença arraigada. Dentro disso entra principalmente a vaidade, o orgulho e o egoísmo.
A solidão pode ser resolvida com a abertura de nossa consciência para a vida, e com a renúncia de se viver apenas para nós mesmos.
Por outro lado, há pessoas que gostam de se isolar, e outras que detestam ficar sozinhas. Essas últimas parece que não conseguem estar apenas com elas mesmas. Isso muitas vezes pode caracterizar uma fuga de si, uma tentativa sistemática de não parar, olhar para nosso interior e nos reconhecer como somos. Há pessoas que terminam um relacionamento e já vão logo entrando em outro. Períodos mais ou menos longos de solidão podem ajudar as pessoas a se encontrarem, e organizarem sua mente, e a sentirem mais a si mesmas sem a influência de ninguém. Os momentos de solidão podem nos ajudar a nos dissociarmos da carência e da falta em relação a outros.
Muitos precisam se isolar após um relacionamento para ficarem um tempo consigo mesmos e novamente passarem a ser apenas o que elas são. Em relacionamentos longos, muitas vezes as pessoas podem se despersonalizar, e se tornar aquilo que o outro espera de nós. Também podemos ceder em nosso modo de ser em diversos aspectos, a ponto de quase deixarmos de ser nós mesmos em benefício de uma relação a dois. Por esse motivo, um tempo longo de solidão após um relacionamento pode ajudar cada um a se desprender e se limpar de tudo isso.
Há uma frase de Fernando Pessoa que diz “Para sermos dois, é necessário ser um”. Isso significa que para vivermos uma relação é preciso que ambos sejam uma individualidade, e não uma fusão de dois em um, numa massa despersonalizada comum.
Para finalizar, a vida nos coloca em situações em que nos sentimos solitários para que possamos ficar conosco mesmos. O objetivo é ficar mais tempo consigo mesmo e melhorar nosso autoconhecimento. Por isso que muitos mestres espirituais procuram os locais mais isolados para meditar. Jesus ficou 40 dias e 40 noites no deserto a fim de conseguir elevar sua consciência e encontrar a verdade dentro dele. O isolamento, quando bem praticado, pode trazer muitos benefícios para a alma humana.
Autor: Hugo Lapa





A VENDA NOS OLHOS
Uma adolescente e seu avô eram muito próximos. Eles sempre conversavam sobre todos os assuntos, e o diálogo era sempre muito aberto e sem restrições. Eram não apenas neta e avô, mas também bons amigos.

Certo dia, a adolescente veio contar ao avô sobre o término de seu primeiro namoro. Em prantos ela mal conseguia formular as frases, tentando explicar ao avô o motivo do seu namorado ter dito que não queria mais nada com ela, pois havia traído ela e ficado outra pessoa. A menina estava inconsolável. Já o avô, um homem equilibrado, fazia algumas ponderações importantes, dizendo:
– Minha querida, pense bem, ao menos vocês tiveram um namoro rápido, foram apenas 7 meses juntos. Já pensou se fossem anos e anos de relacionamentos que descambasse numa traição? É sempre melhor descobrir logo quem é o outro do que ficar se iludindo.
Mas a menina parecia não ouvir os apontamentos do avô e dizia que ela havia sido enganada por ele. Ela começou a relatar todas as promessas que o namorado havia feito, todas as palavras bonitas que ele proferia a ela, todos os afagos, todos os presentes, e outras coisas que indicavam que ele gostava dela.
– Ele me enganou vô! Dizia ela repetidamente ao avô.
O senhor continuava a consolando, mas depois de muito tempo, ele percebeu que a neta não estava nem ouvindo o que ele dizia, e ficava apenas repetindo que ele a havia enganado. O avô sentiu que deveria ser mais direto com a neta e disse:
– Pare um pouco de falar querida, e me responda uma coisa. Foi ele que te enganou, ou foi você que fechou os olhos para quem ele era?
A menina ficou muda, não sabia o que dizer. O avô prosseguiu:
– Querida, há um grande ensinamento na vida que vou te passar agora. Guarde isso com você, pois te protegerá de muitos infortúnios. Na maioria das vezes, ninguém nos engana num relacionamento, nós é que fechamos os olhos para quem a pessoa é de verdade. As pessoas gostam de cultivar ilusões, e por isso querem enxergar apenas as promessas de amor eterno, de estabilidade, de afeto, e de muitas outras coisas que o outro nos diz. Mas verdadeiramente somos nós que fechamos os olhos e optamos em não vislumbrar o outro dentro da realidade. Portanto, jamais vende seu olhar e, por mais doce que alguém pareça, não dê as costas para a realidade.
“Na maioria das vezes, ninguém nos engana em um relacionamento, nós é que fechamos nossos olhos.”
Autor: Hugo Lapa







O APEGO
Quanto mais você se apega a uma pessoa, mais você sofre com sua perda.
Quanto mais você se apega a algum bem, mais você sente falta quando o perde.
Quanto mais você se apega a sua aparência, mais você sofre com o envelhecimento.
Quanto mais você se apega a algum objeto, mais vazio você fica quando isso vai embora.
Quanto mais você se apega a um dogma, mais você sofre por descobrir que essa suposta verdade era falsa.
Quanto mais você se apega a uma situação, mais você deixa de viver outras situações que poderiam ser proveitosas.
Quanto mais você se apega a um sentimento (como a raiva ou a mágoa), mais você vai repeti-lo dentro de ti e mais essa emoção te domina.
Quando uma situação nos proporciona um prazer repetido,
Isso pode gerar um apego que funciona como alicerce psicológico em nossa vida.
Aquele que se apega facilmente, faz sua vida depender do objeto de seu apego.
Apego é o caminho mais fácil: gera conforto, estabilidade e nos dá uma base… algo para nos segurar.
Mas trata-se de uma base falsa, pois tudo o que existe, um dia chegará ao fim… posto que nada se mantém eternamente.
Aquele que não imagina sua vida sem algo ou alguém, está seguindo rumo à infelicidade.
Nos apegamos a pessoas, a coisas, a situações, a ideias e até a emoções.
Mas o maior apego é sobre nós mesmos.
Não queremos morrer, não queremos nos perder, não queremos ser esquecidos.
Alimentamos o máximo nosso ego para sentir que continuaremos existindo.
Tudo aquilo com que nos apegamos, ficamos com medo de perder.
E o medo paralisa nossa vida, nos atrasa, nos prende e nos desequilibra.
O apego é um dos maiores inimigos do ser humano… ele sempre nos escraviza e nos submete.
O apegado diz: “Não posso viver sem isso”, “Não posso viver sem aquilo”.
Quando nos apegamos, precisamos sempre de mais e mais e nunca estamos satisfeitos.
Quem se apega a uma pessoa, quer sua presença a todo momento e não consegue mais viver sem ela.
Quem se apega quer, de alguma forma, suprir uma carência ou uma ausência dentro de si mesmo.
Mas é inútil, pois nossos apegos nunca poderão nos preencher.
A fé na vida é, com efeito, o oposto do apego.
Quem tem fé, não se apega a nada, não precisa de coisa alguma para se completar emocionalmente.
Aquele que coloca muitas coisas ao redor de uma lâmpada, acaba abafando seu brilho.
Libere totalmente sua lâmpada, sua chama interior, de tudo que a abafa.
Assim sua essência brilhará livremente.
Renuncie a todos os seus apegos, deixe de lado tudo aquilo que te prende… Não há outro nome… isso se chama liberdade.
Aquele que vive desprendido de tudo, sem dependências, sem vícios, necessitando do mínimo possível…
Esse é muito mais feliz.


(Hugo Lapa)



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