Neste instante, esteja você onde estiver, há uma casa com o seu nome. Você é o único proprietário, mas faz tempo que perdeu as chaves. Por isso, fica de fora, só vendo a fachada.
Não chega a morar nela.
Essa casa, teto que abriga suas mais recônditas e reprimidas lembranças, é o seu corpo.
“Se as paredes ouvissem...” Na casa que é o seu corpo, elas ouvem. As paredes que tudo ouviram e nada esqueceram são seus músculos.
O corpo nunca esquece o que aconteceu.
Na rigidez, retração e dores dos músculos, membros, ossos, diafragma,orgãos e etc, está escrita toda sua história, do nascimento até hoje.
Desde os primeiros meses de vida, você teve que reagir a pressões familiares, socias, morais: ande assim, não se mexa, tira a mão daí, fique quieto, faça alguma coisa, vá depressa, onde você vai com tanta pressa?, isso não se faz, e atrapalhado, você dobrou-se como pode.
E para conformar-se, você se deformou. Seu corpo de verdade, harmonioso, dinâmico e feliz por natureza foi sendo substituído por um corpo estranho, tenso e muitas vezes dolorido.
Liberte-se da programação de seu passado, nunca é tarde demais!
___ Thérèse de Bertherat
Fotografia: David Uzochukwu
Nenhum comentário:
Postar um comentário