Artigo!
Mães Narcisistas e suas filhas:
Silvia Malamud
Não aceitar que o tempo passa e que se envelhece é um dos maiores dramas que este tipo de mãe narcisista pode passar. Embora seus discursos, também via de regra, narcísicos, dizem o oposto de tudo que possa denegrir as suas imagens como mães perfeitas e exemplares, são nas suas atitudes para com os próximos e principalmente para com os próprios filhos, que este montante emocional é drenado. Neste pacote fica claro que, como no conto da branca de neve, absolutamente ninguém pode ser mais bela do que ela, mais especial, mais inteligente ou o que seja que a possa ofuscar. Neste sentido, a ideia de que os filhos, e principalmente a filha mulher possa vir a ocupar o seu lugar na sucessão de mulheres da família, fica praticamente impossível de se concretizar. A filha por sua vez, enquanto não acordar, ficará sem vez para efetivamente existir. Neste sentido, a mãe que deveria proteger e passar com orgulho o seu bastão para a própria cria, representante da nova geração, não o faz e pior, a encara como uma eterna concorrente e rival. E joga sujo porque usa a bandeira da “boa” mãe, da que “educa” seus filhos com amor e por aí vai...
Mães narcisistas perversas, auto intitulam-se como boas e amorosas, mas as suas reais atitudes, que na maioria das vezes somente acontecem nos bastidores, é que irão revelar quem de fato elas são e que com toda certeza é bem distante do que pregam. Inclusive perversamente confundindo a sanidade e a percepção das próprias filhas. São mães funcionais, ou seja, fazem o serviço que mecanicamente sabem que tem que fazer. Neste pacote, porem, agem sem qualquer empatia e sem alma em tudo o que poderia ser afeto. Filhos jamais se sentem ouvidos porque de verdade nunca o foram.
Como resultado, filhas de mães narcisistas malignas podem passar uma vida inteira tentando validar o que sentem, já que nunca tiveram nenhuma referencia de confirmação por parte de tais genitoras. Inúmeras vezes terão que se deparar com sentimentos de vazio interior e medo de relações mais intimas por conta da rejeição sofrida.
A sensação emocional passada por essas mães, é de que o que se faz nunca esta bom e que poderia ser melhor e que elas, as mães, certamente fariam ou fazem melhor. Se acaso estiver com alguma dor ou dificuldades, ou te ignoram por completo, ou , o que é mais comum de ocorrer, desqualificam o peso do seu sofrimento contando que os delas sempre são ou foram maiores que os seus.
Filhas de mães narcísicas sabem da regra de nunca poder ter acesso emocional às suas mães, um sofrimento profundo e silencioso. Com isso imaginem o estado de abuso emocional a que são reféns. Nesse tipo de relação familiar, não existem fronteiras pessoais. Toda individualidade é negada simplesmente por que não se existe quando se tem uma mães com um adoecimento dessa ordem.
Existe um grito surdo, filhas não são atendidas em suas necessidades emocionais, mas isso se quer pode ser pensado por conta do castigo ou da ofensa que esse fator revelado representaria ao narcisismo da mãe. Se fosse reclamar, a filha já começaria sendo nomeada como agressiva ou ingrata. O pior desse abuso se transforma na obediência cega de tais filhas quando são induzidas a confirmar mundo a fora de que esta tudo bem dentro de casa. O estado de concordância de tais filhas parece ser menos mal do que a retaliação e rejeição vindas por parte de tais mães. A espera é a do reconhecimento de um afeto que jamais virá. O pano de fundo desta trama é a rejeição e a tentativa da filha de ser amada. Muitas vivem uma vida inteira em busca de um olhar de verdadeiro amor até que entendam que ele nunca virá deste tipo de mãe. Até poderem se libertar desse drama, inclusive para se liberarem e poderem ser amadas de verdade por outras pessoas.
Enquanto essas filhas permanecerem como presas se dedicando à mãe para receberem um mínimo de afeto, mais desprezo a esta devoção, elas terão. É a lei.
Por sua vez, para sua sobrevivência psíquica, a mãe narcisista perversa, com todas as suas forças, luta contra a tudo e contra todos afim de proteger-se de um possível acesso ao seu self verdadeiro. Têm medo de um suposto ataque desintegrador que possa vir de fora. Com isso criam mascaras e mais mascaras de perfeição que matam e morrem em nome de proteger este frágil self interior.
Mães Narcisistas e suas filhas:
Silvia Malamud
Não aceitar que o tempo passa e que se envelhece é um dos maiores dramas que este tipo de mãe narcisista pode passar. Embora seus discursos, também via de regra, narcísicos, dizem o oposto de tudo que possa denegrir as suas imagens como mães perfeitas e exemplares, são nas suas atitudes para com os próximos e principalmente para com os próprios filhos, que este montante emocional é drenado. Neste pacote fica claro que, como no conto da branca de neve, absolutamente ninguém pode ser mais bela do que ela, mais especial, mais inteligente ou o que seja que a possa ofuscar. Neste sentido, a ideia de que os filhos, e principalmente a filha mulher possa vir a ocupar o seu lugar na sucessão de mulheres da família, fica praticamente impossível de se concretizar. A filha por sua vez, enquanto não acordar, ficará sem vez para efetivamente existir. Neste sentido, a mãe que deveria proteger e passar com orgulho o seu bastão para a própria cria, representante da nova geração, não o faz e pior, a encara como uma eterna concorrente e rival. E joga sujo porque usa a bandeira da “boa” mãe, da que “educa” seus filhos com amor e por aí vai...
Mães narcisistas perversas, auto intitulam-se como boas e amorosas, mas as suas reais atitudes, que na maioria das vezes somente acontecem nos bastidores, é que irão revelar quem de fato elas são e que com toda certeza é bem distante do que pregam. Inclusive perversamente confundindo a sanidade e a percepção das próprias filhas. São mães funcionais, ou seja, fazem o serviço que mecanicamente sabem que tem que fazer. Neste pacote, porem, agem sem qualquer empatia e sem alma em tudo o que poderia ser afeto. Filhos jamais se sentem ouvidos porque de verdade nunca o foram.
Como resultado, filhas de mães narcisistas malignas podem passar uma vida inteira tentando validar o que sentem, já que nunca tiveram nenhuma referencia de confirmação por parte de tais genitoras. Inúmeras vezes terão que se deparar com sentimentos de vazio interior e medo de relações mais intimas por conta da rejeição sofrida.
A sensação emocional passada por essas mães, é de que o que se faz nunca esta bom e que poderia ser melhor e que elas, as mães, certamente fariam ou fazem melhor. Se acaso estiver com alguma dor ou dificuldades, ou te ignoram por completo, ou , o que é mais comum de ocorrer, desqualificam o peso do seu sofrimento contando que os delas sempre são ou foram maiores que os seus.
Filhas de mães narcísicas sabem da regra de nunca poder ter acesso emocional às suas mães, um sofrimento profundo e silencioso. Com isso imaginem o estado de abuso emocional a que são reféns. Nesse tipo de relação familiar, não existem fronteiras pessoais. Toda individualidade é negada simplesmente por que não se existe quando se tem uma mães com um adoecimento dessa ordem.
Existe um grito surdo, filhas não são atendidas em suas necessidades emocionais, mas isso se quer pode ser pensado por conta do castigo ou da ofensa que esse fator revelado representaria ao narcisismo da mãe. Se fosse reclamar, a filha já começaria sendo nomeada como agressiva ou ingrata. O pior desse abuso se transforma na obediência cega de tais filhas quando são induzidas a confirmar mundo a fora de que esta tudo bem dentro de casa. O estado de concordância de tais filhas parece ser menos mal do que a retaliação e rejeição vindas por parte de tais mães. A espera é a do reconhecimento de um afeto que jamais virá. O pano de fundo desta trama é a rejeição e a tentativa da filha de ser amada. Muitas vivem uma vida inteira em busca de um olhar de verdadeiro amor até que entendam que ele nunca virá deste tipo de mãe. Até poderem se libertar desse drama, inclusive para se liberarem e poderem ser amadas de verdade por outras pessoas.
Enquanto essas filhas permanecerem como presas se dedicando à mãe para receberem um mínimo de afeto, mais desprezo a esta devoção, elas terão. É a lei.
Por sua vez, para sua sobrevivência psíquica, a mãe narcisista perversa, com todas as suas forças, luta contra a tudo e contra todos afim de proteger-se de um possível acesso ao seu self verdadeiro. Têm medo de um suposto ataque desintegrador que possa vir de fora. Com isso criam mascaras e mais mascaras de perfeição que matam e morrem em nome de proteger este frágil self interior.
Nenhum comentário:
Postar um comentário