terça-feira, 22 de setembro de 2015


Todos os males são o efeito da inconsciência. Você poderá aliviar os efeitos da inconsciência, mas não os poderá eliminar a não ser que elimine a respetiva causa. A mudança verdadeira acontece no interior e não no exterior.
Se você sentir vocação para aliviar os sofrimentos no mundo, isso é uma coisa nobre, mas lembre-se de não se concentrar exclusivamente no exterior, senão encontrará frustração e desespero. Sem uma profunda mudança na consciência humana, o sofrimento do mundo é um poço sem fundo. Portanto, não deixe que a sua compaixão tenha apenas um lado. A empatia com a dor ou a carência de outrem e um desejo de ajudar devem ser equilibrados por uma compreensão mais profunda da natureza eterna de toda a vida e da ilusão de toda a dor. Depois, deixe que a paz se transmita em tudo o que fizer e você estará a trabalhar simultaneamente ao nível dos efeitos e das causas.
Eckhart Tolle (O Poder do Agora, pág. 205)



O caos e a ordem divina de maior dimensão
Quando nos conhecemos apenas através do conteúdo, pensamos que também sabemos o que é bom ou mau para nós. Fazemos a distinção entre os acontecimentos que são «bons para nós» e os que são «maus». Esta constitui uma perceção fragmentada da totalidade da vida, na qual tudo está interligado, e em que cada acontecimento tem o seu lugar e a sua função necessários dentro do todo. No entanto, o todo é mais do que aparência superficial das coisas, é mais do que a soma total das partes, é mais do que aquilo que a nossa vida ou que o mundo contém.
Sob encadeamento, por vezes aparentemente fortuito ou até caótico, dos acontecimentos nas nossas vidas e no mundo, encontra-se o desenvolvimento de uma ordem ou de um propósito de maiores dimensões. Isto é expresso de uma forma muito bonita no pensamento zen: «A neve cai, cada floco no seu devido lugar.»
Nunca poderemos entender esta ordem maior pensando sobre ela, pois isso é conteúdo, ao passo que a ordem maior emana do domínio informe da consciência, da inteligência universal. Mas podemos ter um vislumbre dela e, mais do que isso, podemos estar em sintonia com ela, o que significa que podemos participar conscientemente no desenvolvimento desse propósito divino.
Eckhart Tolle (Um Novo Mundo, pág. 161)

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