quinta-feira, 24 de setembro de 2015






                             [Textos - 14 - "Acróstico" - 02/03/07]                  





ACRÓSTICO

Fiquei, mas com a sensação de ter sido levada
O coração, roubou-me, ladrão, deixei que levasse!
Inconscientemente, quis e atravessou-me

Um mergulho em suas águas doces e  profundas
Mas se vive sem coração?

Restou-me uma parte, sobrevivi
Irrigou o solo seco, nem dei conta
Onde cortou? No meio da vida...

Queria que não fosse nem no meio, nem riscasse nela
Uma linha perpendicular, porque não pude segui-lo!
Enquanto deixei o sal do choro no doce de suas águas

Padeci nas corredeiras da correnteza
Arrastei de aluvião o fundo
Sedimentos deixados, sentimentos foram com ele
Submergi, saí, mas atravessa de novo e de novo...
Ouço o barulho, sinto a força de suas águas, revivo
Único instante em que faço parte dele!

E a cada vez, leva mais de mim, do que restou
Modifica-me o curso, remexe-me o fundo do leito

Move algo, que emerge
Impele que eu corra para o mar, mas
Não quero o mar, quero o rio!
Há coisas que sinto, faço, nem sabe
Alegra-me a trajetória para depois...

Viver a tristeza pela simples lembrança
Impele que eu busque o mar
Desnorteia-me as águas, para então acalmar
Alterna-me emoções, sem de fato sair de minha vida!       


  






 











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